José Felipe Ruppenthal
Ainda existe espaço para a fibra aqui no Brasil?
A banda larga fixa no Brasil continua a crescer mês a mês e, de acordo com os últimos números publicados pela Anatel - Agência Nacional de Telecomunicações, já contamos com mais de 45,6 milhões de acessos.
Atualmente, a fibra óptica é a tecnologia dominante, representando 72,07% de todos os acessos, seguida do cabo coaxial (19,44%), acesso metálico (4,61%), rádio (3,22%) e satélite (0,66%).
Ao analisarmos os dados, encontramos algumas surpresas agradáveis, como no município de Groaíras/CE, onde 99,42% de todos os acessos de banda larga fixa utilizam fibra, o que é incrível.
Além disso, é interessante observar que 11 dos 15 principais municípios não estão localizados na região Sul ou Sudeste. Sete (7) são do Nordeste, três (3) do Norte , três (3) do Sul, , um (1) do Centro-Oeste e um (1) do Sudeste.
Hoje, a fibra já representa mais de 90% dos acessos em 1.254 municípios, ou seja, em mais de 22% dos municípios brasileiros resta pouquíssimo espaço para ampliar a participação dessa tecnologia.
Em 3.370 municípios brasileiros, o equivalente a 60,50% do total, a fibra representa mais do que 70% dos acessos. Com base na tendência de crescimento, espera-se que a fibra alcance 90% dos acessos nos próximos 2 anos.
Mas e as oportunidades?
Ainda que não exista mais um "oceano azul" como antes, há oportunidades que podem ser exploradas com a estratégia correta.
Em 556 municípios, a fibra representa menos de 20% do total de acessos de banda larga fixa. Surpreendentemente, em 55 municípios, a fibra representa menos de 1% dos acessos, e em 26 não há acesso via fibra, apenas por meio de outras tecnologias.
Atualmente, São Paulo/SP lidera com a maior quantidade de acessos de banda larga fixa, com cerca de 3,97 milhões, sendo 56,21% desses acessos via fibra.
Em seguida, temos o Rio de Janeiro/RJ, com 1,75 milhões de acessos, sendo 38,09% deles em fibra; e Belo Horizonte, com 895 mil acessos, sendo 0,49% em fibra.
No Brasil, ainda existem 12,73 milhões de acessos por meio de outras tecnologias e 50 municípios concentram quase 65% de todos esses tipos de acessos.
Portanto, embora o mercado esteja mais competitivo, há oportunidades para explorar com uma estratégia adequada, essa ultima pode não servir para todos.