José Felipe Ruppenthal
Vale lembrar que a Starlink iniciou a pré-venda no Brasil em fevereiro de 2021, e oficialmente o serviço entrou em operação em setembro de 2022, já são mais de 16 meses de atuação no país.
Desde o início da pré-venda, publiquei mais de 16 posts dedicados a este tema.
Não era uma propaganda para a empresa, mas sim um acompanhamento da evolução do mercado de banda larga fixa/conectividade via satélite, que por muitos anos esteve estagnado no país e a Starlink com a sua constelação de satelites LEO poderia mudar o jogo.
Muitos aqui se recordarão que no passado era comum ver diversas empresas (bancos, hospitais, indústrias, escolas, etc.) em áreas urbanas utilizando satélites para aumentar a resiliência de seus serviços em busca de alta confiabilidade. Esse tipo de uso foi praticamente eliminado pela fibra, seja por qualidade, preço ou avanço tecnológico, mas o problema da resiliência não foi totalmente resolvido.
Nas áreas rurais, os provedores regionais lançaram redes de fibra, atendendo principalmente às grandes empresas (Muitas vezes a conta não fechava).
Quem acabou sendo deixado de fora? O mercado B2C, empresas muito isoladas, fazendas, etc.
Esse movimento fez com que nosso mercado encolhesse ao longo dos anos, muito mais do que em outros países semelhantes ao Brasil.
O mercado brasileiro percebeu que a solução que chegou não era apenas para trocar de provedor, mas para abrir um novo leque de oportunidades.
Em um pouco mais 16 meses, a empresa saltou de 0 clientes para mais de 126 mil, incrível.
Somente em 2023, a Starlink fez o mercado brasileiro de banda larga fixa via satélite crescer 26,66%, tornando-se a 2ª maior operadora via satélite e a 26ª maior operação de banda larga fixa no país, ao lado de empresas que atendem com fibra, por exemplo.
A Starlink já possui clientes em quase 79% dos municípios brasileiros, atendendo a 4.382 localidades.
Não podemos afirmar que as cidades com mais acessos são apenas aquelas do interior do país; observe as três principais cidades da empresa (Acessos):
1º Manaus 3.481
2º Rio de Janeiro 3.127
3º São Paulo 2.844
E por regiões?
1º Norte: 40.496
2º Sudeste: 36.012
3º Centro Oeste: 28.479
4º Sul: 12.320
5º Nordeste: 9.075
Esse boom só ocorreu devido à lacuna considerável que permaneceu sem solução durante muitos anos aqui no Brasil.
Em qualquer indústria/setor, a chegada de um novo concorrente inovador e disruptivo sempre força o mercado a buscar inovações e aprimorar a experiência dos usuários. Ou você se adapta ou fica para trás.
Estou certo de que muitas novidades estão por vir, e o capítulo dedicado à Starlink se encerra. Será que a chegada da Kuiper vai merecer um novo capitulo?
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