Pela primeira vez na história, a seleção brasileira de basquete masculina para surdos disputou a Deaflympics. Em um dos grupos mais complicados do campeonato, com Ucrânia, Grécia, Venezuela, Lituânia e Taipei Chinese, o país conseguiu apenas uma vitória, e mesmo assim o treinador caxiense Flávio Manara avalia como positiva a participação.
"O sentimento é de dever cumprido. A gente trabalhou duro para estar aqui. Os atletas e a própria comissão técnica tirando dinheiro do próprio bolso, para poder treinar, para poder se encontrar. Então, com apenas dois treinos, vim e consegui jogar trechos do jogo de igual para igual com as principais seleções surdas do mundo. Eu acho que é a realização de um sonho. A gente não sabe se vai conseguir participar de uma próxima, mas o fato de estar aqui, para nós, é um grande resultado", conta.
Na competição, a única vitória do Brasil foi sobre Chinese Taipei, por 70 a 65. O país conta com uma mescla entre jovens jogadores, com idades inferiores aos 20 anos, e outros com mais de 40. A seleção brasileira de basquete para surdos tem a integração dos atletas como um dos principais destaques, sendo a integração entre gerações um dos principais elos do time.
Algo que também chamou atenção foi o apoio da comunidade com os atletas. E, Flávio Manara, fala sobre como foi ver os torcedores ao lado do time, assim como os amantes do basquete que apoiaram desde os primeiros minutos na competição.
"Foi emocionante. Para mim, particularmente, ver a minha família acompanhando o jogo, os meus amigos que gostam de basquete, aqui, acompanhando o jogo, a comunidade basqueteira abraçando o basquete surdo... Isso é uma campanha que estamos fazendo desde que assumi a seleção, de ser uma família, de estarmos todos juntos, de ajudar o outro para poder vir treinar. Então, todos no banco olhando aqueles celulares vibrando, o ginásio cheio vibrando a cada cesta, a cada defesa, é demais, é emocionante demais", expressa o treinador.
O Brasil finalizou a competição na quinta posição do Grupo B, não conseguindo garantir a vaga para a fase seguinte. Ucrânia, Grécia, Venezuela e Lituânia seguem na competição.
Confira na reportagem de Marcos Cardoso:
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